Em que parte de você
estou Eu?
Porque estou tanto
em você?
Porque é tão difícil
o meu Eu
em você
voltar para mim?
Porque não consigo
pegar de volta
o que te dei?
É tão estranho!
É tão impossível!
...
Acho que sei porque.
Eu dei meu Eu
com amor.
Te dei
com muito carinho.
Te doei
Eu
todo.
E,
veja bem,
tem Muita coisa boa aí!
Te dei
todas
as minhas riquezas.
Te dei
tudo
que eu tinha!
Óbvio que não tem como pegar de volta.
Nós usamos
juntos
todo o meu Eu.
Gastamos!
Torramos!
Sobrou muito pouco para levar de volta.
E agora?
Como vou embora
com quase nada
do que te entreguei?
Mas,
veja bem,
desculpe.
Não é culpa sua.
Eu que errei.
Eu que estava cego.
Me desculpe, mesmo!
Em outros poemas eu te culpei do meu sofrimento.
Eu te culpei dos meus erros.
Eu te culpei da minha tristeza.
Eu te culpei do meu vazio!
Até disso!
*Risos*
Quanta hipocrisia.
O que não fazemos
para nos livrar da culpa
de nossa própria incompetência,
não?
Mentimos para nós mesmos.
Nos iludimos.
Ludibriamos nossas almas
em detrimento de nossos corações!
Olhe, desculpe.
Já entendi tudo.
Eu errei.
Nós erramos.
Eu te dei o que eu não tinha.
Você também me deu o que você não tinha.
Nos matamos.
Nos endividamos.
Vamos dar um tempo?
Aquele tempo do primeiro livro.
Já começou,
mas vamos continuar,
ok?
Precisamos.
Depois vemos.
É melhor.
Depois vemos.
Depois (nos) vemos.
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