Updated: Aug 18
Hoje decidi partir.
Meu coração voltou
um pouco
à vida
depois de várias madrugadas
à beira da morte eterna.
Lembra daquele poema? O “Volte Depois” do segundo livro?
Então...
depois que saí de você,
meu coração demorou para aceitar.
Ele estava morto!
Ele não queria voltar à vida sem você.
Ele queria apenas seu toque,
sua voz,
seu amor.
Foi muito difícil ficar com ele assim nesses dias.
Em alguns momentos
eu tive certeza
que ele nunca mais
voltaria à vida.
Foi difícil, viu.
Mas, veja!
Ele sobreviveu.
Eu ia ficar aqui do lado de fora,
esperando.
Afinal você disse para voltar depois.
Era um “Volte Depois”
e não um “Nunca Volte”.
Mas...
não vai dar.
Meu coração ainda está meio mal.
Está meio seco.
Meio fraco.
Meio doente.
Meio intoxicado.
Preciso ir,
ok?
Sei que vai ficar tudo bem com você.
E comigo também.
Meu coração,
com certeza,
vai se curar.
As marcas ficarão para sempre,
mas ele voltará ao normal.
Talvez algum viajante consiga ficar por aí.
Ou talvez algum deles encontre seu coração.
Ou talvez você até dê a um deles...
...
Mas, olha,
eu achei uma coisa
enquanto vasculhava seu castelo.
E eu vou levar comigo.
É uma chave.
Muito bonita.
Muito bem feita.
Deve ser de algo
MUITO
MUITO
precioso.
Algo que eu até acho que sei o que seja.
Algo que talvez você tenha escondido
para não correr o risco de perder.
De novo.
Algo que talvez você tenha escondido
para não quebrarem.
De novo.
Você guardou com essa chave
para não destruírem
o que sobrou.
Sem a chave talvez você consiga abrir essa porta,
mas,
ainda assim,
vou levá-la comigo.
Até meu coração estar recuperado.
E voltarei para ver o que tem dentro da porta.
Só para ver.
Quem sabe
não levo
o que tiver lá dentro?
Quem sabe?
Até logo.
Eu não quero que você seja meu Ex.
Sério!
Não quero.
Mas, calma.
Quero que seja no máximo
meu ex-amigo...
depois de ser tornar
meu permanente amor.
Minha vida.
Meu futuro.
Mas, calma.
Não vai ficar tudo na sua mão!
Fica tranquilo.
Já fiz essa cagada uma vez
e não vou fazer de novo.
Eu tenho uma memória
e um coração incríveis!
É muito difícil eu errar duas vezes!
Ainda mais com quem eu amo.
Mas, calma!
Vamos andar
um ao lado do outro apenas.
Ninguém carrega ninguém!
Ninguém sustenta ninguém!
Ninguém existe
apenas com o outro!
É preso,
mas livre.
É pesado,
mas leve.
É apego,
mas é amor.
É stress,
mas, calma!
Está sob controle.
Sob controle de nós mesmos.
Já errei muito!
Com poucos,
mas muito!
Vamos...
com calma.
Vem comigo.
Vamos juntos.
Se não quiser,
tudo bem.
Vou sozinho.
Mas junto.
Vamos...
com calma.
O que será que faltou?
Ainda não consegui descobrir.
Já sofri muito pensando nisso.
Pensando nos motivos.
No que eu poderia ter mudado.
No que eu poderia ter feito de diferente.
No que você poderia ter feito de diferente.
Se era necessário algo mudar.
Se algo poderia ser mudado no passado
para estarmos juntos agora.
Se ainda tem algo
que possa ser reconstruído em nós
para estarmos juntos no futuro.
É estranho imaginar que,
lá no fundo,
ainda sinto que ficaremos juntos.
Não consigo imaginar o motivo,
mas enxergo um futuro.
Que não sei qual e nem como acontecerá,
mas ele simplesmente existe.
Só na minha mente?
No universo?
Não sei,
mas está em mim.
Apesar de acreditar nisso,
eu também estou numa fase onde eu apenas
deixarei aí.
Não farei nada (já fazendo).
Não esperarei (mesmo esperando).
Se você fizer, ótimo.
Se não fizer, então tudo bem.
Seguirei.
Você seguirá.
Nós seguiremos.
Separados.
Mas, meu,
ainda assim,
juntos.
Confuso?
Eu sei.
Sou confuso.
Mas tudo bem.
Eu nunca me entendi direito, de qualquer forma.
Nem você se entende!
Não nos entendemos.
Já me acostumei.
Acostume-se também.
Terá que me aturar o resto da sua vida.
Fique feliz por isso.