O mais difícil de tudo é saber que
quando você sabe executar
um pouco mais
o amor verdadeiro,
as pessoas se assustam.
As pessoas
têm medo
do amor verdadeiro.
Se sentem muito bem quando o recebem,
mas também se sentem muito mal.
Se sentem extremamente mal, na verdade.
Fogem!
Não aceitam.
Aceitam com desconfiança.
Aceitam com medo.
É tão
não-natural
e incomum
que é visto
como um monstro.
Sabemos que
é instintivo
ter medo do desconhecido.
Medo do diferente.
Medo do que não temos.
Medo
do que nunca vimos
ou vivemos.
É natural.
É para nossa sobrevivência.
Estamos vivos
e estamos como estamos
graças a esse instinto.
E agora?
Como faço?
Como entrego
o amor verdadeiro
se os que querem recebê-lo
têm medo?
Como entregar
algo de presente
quando a pessoa
nem sabe o que é aquilo?
Ela verá como um presente?
Ou verá como um fardo?
E como você
vai lidar
com o amor verdadeiro
que te darei?
Você vai aceitar?
Mesmo ainda
sem conseguir
me dar de volta
na mesma moeda?
O amor verdadeiro
dói para todo mundo
que está começando.
Dói em quem dá.
Dói em quem recebe.
Confunde.
Tortura.
Vai contra
tudo que estamos
acostumados naturalmente a fazer
“por amor”.
Vai contra
nossos instintos.
Mas pense que
éramos macacos
antes de sermos humanos.
Você quer amar como um macaco apenas?
Não tem lógica.
É claro que
não podemos simplesmente
executar o instinto
do amor primata.
Talvez seja por isso
que estamos desregulados.
Estamos descalibrados
talvez por nunca termos
sido corretamente calibrados.
Estamos executando
um amor
que não nos serve.
Um amor
apenas de macacos.
Um amor
instintivo
sem um toque de humano.
Um amor
primata pré-histórico
sem noção.
Sem noção
de que seres humanos
são infinitamente
mais profundos
e complexos
do que macacos.
Evoluímos como espécie,
mas não aprendemos ainda
(direito)
a evoluir
como seres
que amam de verdade.
Qual é o seu amor?
Como você ama?
Você ama
como macaco
ou como humano?
É mais uma daquelas coisas “contraintuitivas”.
É tipo não amar
para ser amado.
Não regar demais
para não matar.
Não se importar
por se importar muito.
Brigar agora
para não brigar depois.
E o mais engraçado
é que tudo isso
está associado ao amor.
Ao vínculo.
Ao relacionamento.
É como se o amor
fosse contraintuitivo.
Mas é o que está parecendo já.
Estou começando
a aceitar
que o amor
é totalmente o oposto
do que deveria ser.
O amor verdadeiro
parece ser o oposto
do que é o amor.
Um espelho invertido.
Um negativo.
O oposto do que você acredita.
O oposto do que você é.
O oposto do que você quer.
Será que é tão fácil assim?
Parece ser fácil,
mas eu não disse
que é gostoso.
Tente fazer isso e verá que,
apesar de ser facilmente executável,
não é facilmente experienciável.
Esse amor é muito bom,
mas dói.
Dói até
você se acostumar com ele.
E como dói.