Updated: Aug 28
De modo geral
eu nunca consegui
ver o ser humano
como efetivamente
altruísta.
Não acredito
no altruísmo.
Acredito apenas no
egoísmo altruísta.
Aquele egoísmo que
acaba beneficiando
outras pessoas.
Isso o ser humano
sabe fazer
perfeitamente.
Faz coisas
que o beneficiarão
de alguma forma indireta,
mas diretamente
acaba fazendo o bem
a outras pessoas.
Isso é bem normal
hoje em dia.
Mas essa coisa
de se prejudicar
para beneficiar alguém
já é algo
muito estranho.
É algo
muito
fora do comum.
Não é natural!
Vai contra
todas as forças
da natureza.
Vai contra
as forças
da auto-preservação!
Consegue imaginar algo
tão puro
que vence
as forças da natureza?
Que vence
as forças
da sua própria natureza?
Que vence
você
mesmo?
Que te força
a se auto-destruir
para que o outro
não se destrua?
Consegue imaginar?
Mas sabe o que é
uma coisa estranha
do amor verdadeiro?
No amor verdadeiro
existe um ato
que parece
meio
suicida.
Um ato que
é capaz de romper
o vínculo do amor romântico
para preservar
o amor verdadeiro.
Já pensou nisso?
Já pensou que
quando se ama
a felicidade da outra pessoa,
você quer
que ela seja feliz...
mesmo que
não seja ao seu lado?
...
Sim... dói!
Dói demais!
Dói aceitar
que você
não é
o que trará felicidade
ao outro.
Dói aceitar
que o outro
é mais feliz
SEM
você.
Mesmo quando
você continua amando
e vendo o outro
como alguém
que te faz
muito mais feliz
do que se é.
Dói pensar
que você aceitará,
FELIZ,
o seu próprio sumiço
da vida da outra pessoa
para que ela
seja
feliz.
Se isso é o que a fará feliz,
então é assim que deve ser feito...
no amor verdadeiro.
Se eu
realmente
estiver te dando
amor verdadeiro,
teoricamente
não preciso dele de volta.
Sabe porquê?
Para eu te dar esse tipo de amor,
ele precisa estar
sobrando em mim.
Preciso
ter tanto para mim
que estou te dando
o excesso.
Estou te dando
as sobras.
Estou fazendo
com você
nada mais nada menos
do que já faço
comigo mesmo.
Entendeu?
Não estou me sacrificando.
Não estou perdendo nada.
Estou apenas
doando
o que sobrou
da minha horta.
Melhor dar
do que perder,
não é?
E se eu já tenho tanto,
não preciso de volta.
Já tenho meu próprio estoque
e está tudo bem.
Não se cobre
que você ainda não tem
o tanto que eu tenho.
Com o tempo você aprenderá
a dar a si mesmo esse amor.
A convivência fará com que você
se nutra
de si mesmo.
Que se nutra em si mesmo.
Que se nutra de amor próprio.
Como aprendi a fazer.