Mas e quando
estivermos juntos?
Como se aplica
o amor verdadeiro?
O que é
o amor verdadeiro
no vínculo feito?
O que teria
de tão diferente?
Diferente do que já
não fazemos sempre?
Como aplicamos
o amor verdadeiro
nas mudanças da vida?
Naquelas
mudanças indesejadas...
não planejadas...
inevitáveis?
Às vezes
temos que aplicar
o amor verdadeiro
quando
menos
esperamos.
Temos que
usá-lo repentinamente
logo que a vida
faz uma curva
onde sempre
víamos uma reta.
Aplicá-lo na pessoa
que víamos ao nosso lado
por anos,
ao sabermos que ela
desaparecerá
após meses.
Gastá-lo
mesmo quando
gostaríamos
que ele
nunca
fosse usado.
Perdê-lo
na separação
do que demoramos
tanto para unir.
Perder-nos na
(re)união
de Nós
com nós mesmos
ao nos
desunirmos do outro.
Eu acho que nunca fiz.
Talvez não até
este exato momento.
Neste exato instante
enquanto escrevo
este capítulo.
Me lembro de ter tido
várias oportunidades de aplicá-lo,
mas acho
que nunca consegui.
Meu senso
de auto-preservação
sempre foi mais forte.
Sempre fui forçado a sofrer
pelo mundo
e nunca
por mim mesmo.
Era sempre
o mundo
o primeiro a impor
condições.
Condições sobre
minha própria vida.
E de modo geral
sempre apliquei
no máximo
o egoísmo altruísta.
Agora acho
que chegou a hora
de tentar viver
o amor verdadeiro.
Aceitar algumas questões
que nunca vivi antes.
Aceitar
que existem pessoas
que vivem
melhor comigo.
E outras
que vivem melhor
sem mim.
E devo aceitar.
Se é isso que as faz
mais felizes,
devo aceitar.
Devo deixá-las ir.
Antes mesmo delas saberem
que eu deva ir.
Simples assim.
Esse
amor verdadeiro
se encontra presente
de forma camuflada.
Se camufla,
de modo geral,
nos vínculos onde
uma das partes não sabe
que está se prejudicando
e a outra,
mais consciente,
se auto-destrói
para preservar o inocente.
Seja inocente por idade,
por experiência,
por inocência,
por ingenuidade,
por incapacidade...
A vítima não sabe
que a manutenção do vínculo
a mataria.
A destruiria aos poucos.
A transformaria
em algo menos
do que ela é hoje.
Já o falso amor verdadeiro
é aquele onde você,
ao proprocionar felicidade ao outro,
também fica feliz em troca.
Isso
nada mais é
do que aumentar
sua própria felicidade.
Aumentar
seu próprio prazer.
Ou talvez seja
uma forma de
amor verdadeiro
por si mesmo, no máximo!
No fim
você cessa o sofrimento do outro
apenas porque estava lhe causando dor,
e deixa os dois seres
mais felizes
do que eram antes.
Isso é
puramente
egoísmo altruísta.
Você não agiu
pelo outro.
Você agiu por você mesmo.
Oras.
Mas e quando,
ao cessar a dor do outro,
a sua se duplica?
A sua triplica?
E você sabe
que isso acontecerá.
Você sabe
que a felicidade do outro
está associada
ao seu sofrimento.
Ao seu luto.
Você consegue
cessar a dor do outro
absorvendo ela toda
para você?
E agora?
Como fazer?
Você faria?
Você fará?
Você faz?