Updated: Aug 28
Mas não é tão simples assim.
Quem encontrar
o amor verdadeiro
sem nunca tê-lo visto antes
pode se assustar.
Pode querer fugir dele!
Provavelmente quererá.
Provavelmente ficará
tão assustado
que achará
que é alguma
pane
do universo.
Algo que
está ali
para te destruir.
Para te enganar.
Uma piada do universo.
É algo bom demais para você receber.
É um amor
tão puro
que pode ser negado
e desprezado...
...como algo nocivo
e/ou sem valor.
Algo que pode
te destruir,
já que
nunca
foi visto
em sua própria vida.
Seu coração
não sabe
como usá-lo.
Sua Alma
não sabe
o que fazer
com esse amor.
Sua Essência
não sabe
como se nutrir
desse amor
tão puro
e verdadeiro.
Parece algo
que destruirá
todo seu ser
como um
vírus letal.
Algo que,
por ser novo e puro...
você achará
que não merece
(talvez).
Achará que
não fez
NADA
excelente o suficiente
para receber
tal gratificação
do universo.
Este é o grande perigo
do amor verdadeiro.
Você,
eventualmente,
por se julgar impuro,
não se verá
digno
de receber tal amor.
Você,
eventualmente,
por não tê-lo em si
(ainda),
não se verá
digno
de recebê-lo.
Não se verá como
um escolhido
apto
a ter tal amor.
Não se verá como um
sorteado do universo
para recebê-lo
com honra,
simplesmente
por ser
quem
você
é.
Apenas.
Mas sim...
se alguém está te entregando...
você é,
sim,
digno.
Você
é digno de receber
um amor verdadeiro.
Se alguém te entregar,
não negue.
Se alguém quiser te dar,
aceite o amor verdadeiro.
Permita-se morrer dele.
Permita-se morrer com ele.
Permita morrer
quem você era
antes dele para,
finalmente,
renascer
Dele.
Renascer
COM
ele.
Renascer com
amor verdadeiro
próprio.
Ou
apenas sentiremos
amor verdadeiro pelo outro
quando já tivermos
amor verdadeiro próprio
em nós?
É complicado isso.
Esses
sentimentos puros
não brotam simplesmente
em nós
“do nada”.
Eles são transmitidos.
Eles são passados.
Eles são ensinados.
Quem não conseguiu aprender
naturalmente
ao longo da vida
terá que,
inevitavelmente,
deparar-se com ele,
sem querer,
e roubar
esse conhecimento
para si.
Terá que “apanhar”
algumas vezes do mundo...
sofrer sem compreender...
até que,
finalmente,
perceberá.
Perceberá que é
“isso”
que estava faltando.
Algumas pessoas conseguem
“esbarrar”
no amor verdadeiro,
por sorte,
muito cedo.
Outras,
infelizmente,
nunca o encontrarão.
Nunca o terão
ou verão
em toda sua vida.
Morrerão
sem saber
o que o é.
Morrerão apenas
com o amor.
Sem a verdade dele.
Essa (re)união
de nossos pedaços
após nos auto-destruírmos
sempre será mais fácil se,
antes de tudo,
tivermos amor verdadeiro.
Mas, ué?
Isso já foi falado...
já foi discutido.
Sim...
mas foi discutido
o amor verdadeiro
para o outro.
E o amor verdadeiro próprio?
Porque não foi falado antes?
Porque sempre começamos
sofrendo por fora
para chegar “ao dentro”?
É engraçado como precisamos
ser machucados por fora
para curar
o que está dentro.
É engraçado como
dependemos do universo externo
para construir
o universo interno.
Usamos o molde
do mundo
de fora
para
o mundo
de dentro.
Existimos como
“Eu”
apenas pelo
“Você”.
Apenas
“via”
o Outro.
Somos
Nós
após
o Outro.
Somos apenas
Nós
quando entramos
em contato
com o Outro.
Entendemos o que
queremos,
somos,
gostamos,
entendemos
ou não;
justamente
no contato
com o Outro.
Então
não é óbvio
que descobriremos
o amor verdadeiro próprio
apenas
quando entrarmos em contato
com o amor verdadeiro
do outro?
Não?