Amor capaz
de sustentar uma vida.
Amor capaz
de curar feridas criadas
há muitos e muitos anos.
Curar o que
os olhos não podem ver
e o que o toque
não pode sentir.
Curar o que
está mais profundo
do que a própria alma
pode sentir...
Amor verdadeiro é capaz de tudo isso.
Pode curar,
cicatrizar,
recuperar,
regenerar,
criar,
procriar.
Pode mover montanhas.
Pode abrir mares.
Pode construir castelos.
É incrível o que
o amor verdadeiro
pode fazer...
Mas será
que estamos prontos
para isso?
Estamos prontos
para esse amor
que é tão forte e puro?
Será que
estamos prontos
para um
amor
verdadeiro?
Mas, será que há de germinar?
Nem toda semente germina...
e nem toda germinação persiste.
O que há de ser dessa semente?
Será que será amor crescido?
Ou será que será amor falecido?
Será que já não nasce morto?
Ou será que morrerá
na hora certa de se morrer?
Só espero que tenha água, sol e nutrientes
suficientes para,
pelo menos,
tentar germinar.
Para pelo menos exercer
seu papel
a que veio
a este mundo.
Para pelo menos,
após se nutrir,
poder nutrir o mundo
com sua beleza.
Nutrir o mundo
com sua sombra.
Nutrir
com seu
oxigênio puro.
Ser fonte de vida
a outros seres vivos.
E quem diria
que tudo isso
viria de uma semente.
Quem diria
que tudo isso
viria do amor?
Acho que senti algo.
Senti algo que não sentia há muitos anos.
Senti no encontro de nossos olhares.
Senti em nosso toque.
Senti em nosso amor.
Senti na voz sussurrada
em nossos ouvidos
na calada da noite.
Em nossos dedos entrelaçados
sob a luz negra.
Em nossa dança de carinhos e afetos.
No ouvido cúmplice
das tristezas e das felicidades
de nossas vidas.
No seu sorriso lindo.
No seu olhar cativante.
Estou sendo redundante.
Acho que pode ser uma semente de amor.
Só pode.
Porque o amor é redundante.
Deve ser uma semente de amor verdadeiro.