É apenas um corpo
É apenas um corpo?
E quando o corpo é nada?
E quando este corpo é apenas um corpo?
E quando qualquer coisa além do corpo é tudo?
E quando o difícil não é o corpo?
E quando o difícil de se lidar é justamente com o Amor?
E quando o corpo não é Amor?
E quando o Amor vem sem corpo?
E quando vem Amor sem corpo, mas com desejo de outros corpos?
Como fazer?
Qual a verdade?
Como montar isso?
E quando para você o corpo vem junto com o Amor, mas para o outro o Amor não tem nada a ver com o corpo?
E agora?
Como ficamos?
Como ficamos juntos nessa?
Será que ficamos juntos?
Queremos?
Se queremos, como fazemos?
Afinal, quando se quer, se realiza (?)
E nesse escuro, quando eu desligar...
Nesse escuro, quando eu apagar, queria que você estivesse comigo.
Em todas essas noites, queria ter você ao meu lado.
Queria estar com você em meus braços.
Com seus cabelos em meus dedos.
Com seu carinho no meu coração.
Queria ter sua escuridão junto à minha nessas noites de vazio.
Queria que seu universo se unisse ao meu.
Queria que tivéssemos uma colisão cósmica nessa grande vastidão de nossos universos paralelos.
Quem sabe assim haveria luz?
Sei que não é o certo... se estou pensando assim, é porque não está certo.
Não estou certo ainda, mas fazer o quê?
É o que eu quero...
É o que espero.
Ainda espero.
Não sei mais até quando...
Olha, são tantas as noites em que eu quero apagar!
Simplesmente apagar, sabe.
Desistir.
Desligar.
Resetar.
Zerar.
Reiniciar.
Tipo quando você puxa uma chave e desativa uma gigantesca usina nuclear.
Às vezes parece que é a única solução.
Às vezes.